Jornalista da Globo “perde a vergonha” e questiona: “Pra que uma CPI do INSS?”

Quando investigar o governo se torna um problema…

Jornalista da Globo “perde a vergonha” e questiona: “Pra que uma CPI do INSS?”
Foto: Reprodução/GloboNews

Em pleno domingo de manhã, quando o brasileiro só quer descansar do caos da semana, a jornalista Eliane Cantanhêde, da GloboNews, resolveu surpreender: durante sua participação na emissora, questionou a necessidade de uma CPI para investigar os escândalos no INSS.


Com um ar de aflição, Cantanhêde disparou:

“Para que uma CPI do INSS?”

Segundo ela, a Comissão só serviria para agravar a polarização política e não traria ganho algum — “ninguém vai ganhar, ninguém vai perder, vai todo mundo perder”, declarou, em tom quase maternal… com a oposição.


 Fiscalizar virou “radicalismo”?

O comentário de Cantanhêde caiu como uma bomba entre parlamentares da oposição e críticos do governo. Afinal, desde quando investigar bilhões desviados do INSS é “polarização destrutiva”?

Mais curioso ainda foi o conselho dado aos congressistas: esqueçam a CPI e foquem nas pautas que interessam ao governo, como a regulamentação das redes sociais, PEC da segurança e PEC dos militares.

“Ou seja: parem de fiscalizar e dediquem-se a empurrar o projeto governista adiante. Que beleza de democracia, hein?”, ironizou um senador da oposição.


 A seletividade da indignação

Para muitos analistas e internautas, a fala escancara um velho vício da grande mídia: se o governo é “de esquerda”, fiscalizar é golpe. Se é “de direita”, investigar é um dever democrático.

Durante o governo anterior, Cantanhêde e colegas da imprensa fizeram campanha entusiástica por uma CPI da Covid. Já agora, a ordem é: “deixa pra lá, a PF resolve”.

“Quando a lama vem do Planalto vermelho, o Congresso tem que se calar? Achei que a sujeira vinha do INSS…”, escreveu o economista Marcelo Guterman, autor do artigo que viralizou após o episódio.


Conclusão: censura elegante ou militância descarada?

O episódio levanta uma pergunta incômoda: até onde vai a parcialidade disfarçada de opinião técnica? E quando uma jornalista se preocupa mais em proteger o governo do que em informar o público, ela ainda está fazendo jornalismo?

Se depender da indignação popular nas redes, a CPI do INSS já começou — mesmo sem comissão formalizada.